sábado, 1 de janeiro de 2011
Diofior
Diofior é uma grande aldeia com cerca de 14000 habitantes no delta do Sine Saloum.
O meu anfitrião em Diofior foi o Moustapha Faye. O Moustapha é um Senegalês, natural de Difior e é o presidente Asufor, a mais importante agência de desenvolvimento da aldeia.
A Asufor participa em projectos muito diversificados, desde a construção do reservatório de água, a programas de alfabetização, obras de melhoramento do centro de saúde, criação de centro de acolhimento de crianças desfavorecidas, reflorestação do mangal e todo de iniciativas de apoio social.
Na altura em que me hospedou na sua casa, o Moustapha também hospedava uma professora francesa, que estava a fazer voluntariado para a Asufor durante um mês, ensinando um grupo de costureiras de uma cooperativa local a ler e escrever em francês. Ela convidou-me para a ir ajudar e acabei por servir de professor auxiliar nas aulas de francês e até improvisei uma aula de inglês a pedido das senhoras da cooperativa.
O resto do tempo tive conversas com o Moustapha e com a sua família e amigos. As refeições eram servidas da forma tradicional, sentados no chão em dois grupos, um de homens e outro de mulheres.
Sempre que ia dar uma volta pela aldeia, as crianças ficavam a olhar curiosas para mim e chamavam mais crianças, riam, acenavam e diziam tubab, tubab (tubab significa branco), se viam a máquina fotográfica pediam que lhes tirassem fotografias.
As pessoas da aldeia eram muito simpáticas e muitas tentavam meter conversa. As que eram da família do Moustapha (e não eram poucas na aldeia) convidavam-me logo para tomar um chã, o que implicava uma hora a conversar enquanto o bule aquecia na lareira. Tentei praticar as expressões em wolof que tinha aprendido em Dacar mas explicaram-me que em Diofior a maior parte das pessoas fala Serer e não Wolof, embora também saibam falar Wolof.
A maior parte dos edificios da aldeia são pouco mais que cabanas de madeira e colmo, embora existam os edificios mais importantes (mesquita, escola, centro de saúde, câmara municipal) e algumas das casa sejam de alvenaria e cimento.
A aldeia fica nas imediações do delta do Sine Saloum e estava curioso por visitar as margens do delta.
Da aldeia até á margem propriamente dita sao cerca de 3,5 km, da primeira vez que lá fui, fui sozinho, atravessei por entre baobabs (embondeiros) e palmeiras isolados, arrozais e pantanos, campos de milho e pastos onde pastores conduziam manadas de vacas escanzeladas. Da segunda vez o Moustapha trouxe-me com ele na mota.
Foi agradavel mergulhar no delta, mas á parte disso a experiência ficou muito áquem das expectativas. Esperava uma floresta de mangal e numerosos bandos de aves pousando sobre as arvores, tudo o que vi foram bancos de areia e lama. Nesta parte do delta a floresta de mangal foi completamente destruida e com ela desapareceu a fauna.
O Moustapha diz-me que no entanto ainda há muito peixe mesmo aqui, porque o mangal continua saudavel alguns quilómetros mais abaixo e também que um projecto futuro da Asufor tentará reflorestar a parte do delta junto a Diofior.
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