No segundo dia em Tabakouta quisemos ir dar uma volta para conhecer as paisagens em volta de Tabakouta. Alugamos umas scooters e fomos até Missirah uma pequena aldeia ao sul de Toubakouta.
O que atrai turistas a Missirah é uma árvore. Um árvore imponente, centenária, um "Fromager", em português "Ceiba", em inglês "Kapok tree".
A árvore é realmente gigantesca com enormes raizes aéreas e ramos com 2 metros de espessura.
A árvore é sagrada e algumas cerimónias da aldeia, como cerimónias de atribuição de nomes e circuncisões tem lugar aqui. Aliás esta é uma caracteristica do Sine-Saloum a maioria da população é muçulmana hoje em dia mas a conversão deu-se à muito pouco tempo e muitos rituais e tradições animistas ainda se mantém. Em quase todas as aldeias existe pelo menos uma árvore sagrada na sombra da qual são executados alguns rituais.
Algumas dessas árvores ganharam fama e são conhecidas em toda a região como o Baobab sagrado de Joal Fadiouth, as três árvores de raizes entrelaçadas perto de Mar Lodj ou o Ceiba de Missirah.
Igualmente comum nesta parte do Senegal e mesmo na África Ocidental em geral, é o uso de amuletos protetores mágicos, aqui chamados gri-gris. Existem gri-gris para proteger de tudo desde a inveja ou mau-olhado aos gri-gris que protegem das balas ou dos golpes de katana. Tive conversas com pessoas que viviam em cidades e falavam françês e inglês mas que juraram a pés juntos já terem visto gente protegida por gri-gris ou com poderes mágicos que foram apunhalados sem ficarem feridos e que a lâmina partiu devido à proteção.
Dizem eles que os tubabs (brancos) não acreditam porque na Europa os feiticeiros não tem poder para dar aos gri-gris e os gri-gris que se vendem aos turistas em África são imitações, não são os verdadeiros. Mas se eles vivessem aqui acreditavam.
Depois de passar algum tempo em volta da árvore e duma visita à aldeia voltamos ao nosso campement em Toubakouta.
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