domingo, 2 de janeiro de 2011

Toubacouta






Em Toubakouta, ficamos alojados(Eu, o Julien e Mourad) no Keur Youssou. O campement está dividido em cabanas, com uma área comum onde são servidos refeições. Cada cabana é composta por um grande quarto com 4 camas e uma pequena casa de banho, o elemento de luxo fundamental era a grande ventoinha no tecto que era bastante eficaz (quando não falhava a luz).
A paisagem em redor de Toubakouta é espectacular, bem mais preservada do que em redor de Diofior ou Foundiougne, finalmente o Sine-Saloum como o tinha imaginado, com densas florestas de mangue bordejando as águas do estuário.
Os dias foram passados a passear pela aldeia e pela margem do estuário, a conversar com a população local e a nadar no estuário.
Almoçamos numa pequena loja onde a senhora fazia umas enormes sandes de carne com molho de cebola e limão.
Depois do almoço ainda tentei um passeio pelo mangue, mas a progressão é quase impossivel, o chão é de lama e coberto por raizes, a vegetação dificulta com o emaranhado de raizes. Na lama, haviam caranguejos e um tipo de peixes algo estranhos, andavam pelo solo e quando alguem se aproximava logo recuavam para dentro de buracos cavados na lama.cabana no hostel
Encontrei uma paliçada estreita que se prolongava através do mangal uns 500 metros até um canal onde três pescadores pescavam à linha. Vê-los pescar foi incrivel, em poucos minutos apanharam um enorme número de peixes grandes, os peixes eram quase todos diferentes.
Mais tarde quase ao pôr-do-sol fomos de novo nadar para o estuário, ao entrarmos algumas crianças avisaram-nos que não era uma boa hora para nadar por causa das hienas.
Já tinhamos falado sobre hienas com algumas pessoas da aldeia, mas o que nos tinham dito tinha sido que existiam hienas nas florestas perto mas era muito raro que viessem até à aldeia e que isso só seria possivel de noite/madrugada e que as hienas tinham medo das pessoas e fugiam se vissem alguém.mangal na mare baixa
Por isso não ligamos ao que as crianças tinham dito.
Estavamos na água há meia hora quando ouvimos um som como um latido/uivo seguido de outro parecido com um riso, o som tinha vindo da margem oposta do rio a cerca de 300 metros de nós. As crianças na margem começaram a gritar:
- Saiam da água! Vem aí as hienas!


Saímos da água e perguntámos se as hienas não tinham medo das pessoas, as crianças disseram que na água não têm medo, e que as hienas nadam muito bem, que um pescador de uma aldeia proxima tinha sido atacado no seu barco.
... Verdade ou mito, ficamos sem saber porque voltamos ao hostel onde jantamos um prato delicioso de barracuda. Não sabia, mas fiquei a saber que barracuda é um dos meus peixes preferidos. Estava mesmo bom, foi a melhor refeição de toda a viagem!

2 comentários:

  1. Não posso deixar de comentar este post... O pormenor do som das hienas no link é um óptima ideia! E fica aqui a lição de ouvir sempre o que dizem as sábias criancinhas! loool

    Ândrea

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  2. Mas eu até hoje não sei se estar na água era realmente perigoso ou apenas exagero das crianças. Uma coisa é certa as hienas devem nadar porque são comuns nas ilhas do Sine Saloum e de outros estuários da região.
    Quanto ao som, bem o que tenho aqui é só a parte do riso que é mais facilmente reconhecível pelas pessoas, mas o primeiro som que ouvimos foi um "whooop" que se repetiu várias vezes, só depois ouvimos o riso. Podes ouvir o "whoop" neste video http://www.youtube.com/watch?v=x3RxCRMb9Zk a partir dos 3'40"

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