sábado, 22 de janeiro de 2011

??? - Velingara - Tambacounda - Wassadou





O titulo deste post começa por "???" porque eu não sabia onde era a aldeia em que fomos impedidos de avançar e tivemos que passar a noite, mas depois de consultar o google earth acho que era a aldeia de Dabo, sei que era uma das ultimas aldeias antes de Diaobé.
A viagem entre até Tambacounda correu bem e sem precalços. Passei Diaobé e Velingara sempre no mesmo táxi e cheguei nele a Tambacounda bastante cedo (felizmente a estrada tinha sido arranjada há pouco tempo e o piso estava bom).
Em Portugal tinha planeado ir, se possivel, ao parque nacional de Niokolo-koba, mas à medida que ia recebendo mais informações sobre o parque vi que ia ser muito dificil eu lá ir.
Em primeiro lugar, é dificil visitar o parque durante a estação das chuvas, os acesso são em picadas de terra batida que podem ficar intransitáveis durante a estação das chuvas.
Em segundo lugar a erva alta desta estação torna o avistamento de animais selvagens muito mais improvavel.
Em terceiro lugar é caro, é caro o alojamento dentro do parque, mas principalmente é caro porque é preciso pagar entrada e é obrigatório alugar um jipe com guia.
Por isso decidi visitar alguma zona nas imediações do parque que se pudesse visitar livremente e que tivesse alguma da fauna que eu esperava encontrar no parque. Seguindo as indicações de algumas pessoas com quem falei em Tambacounda decidi ir para o "campement" Wassadou.
Aldeia de Wassadou

Para ir para Wassadou tive que apanhar um táxibrousse de Tambacounda em direcção a Kedougou e sair na aldeia de Wassadou.
Aí comi uma boa sandes de omolete para ganhar forças para a caminhada ao sol até ao "campement" que ficava a cerca de 4 quilómetros da aldeia.
Seguindo o caminho em direcção ao "campement" começamos por atravessar a aldeia, depois uma zona com campos de cultivo que vão gradualmente dando lugar a floresta/savana arborizada. Num dos ultimos campos já rodeado de floresta avistei um bando de babuínos a esgravatar o chão à procura de alimento.
Babuínos

Os babuínos viram-me, alguns observavam de longe mas o grupo continuava tranquilo à procura de alimento até que se ouviu um barulho vindo do lado oposto do campo e os babuínos puseram-se em fuga.
Á medida que avançava a vegetação tornava-se mais densa e ouviam-se cada vez mais sons de animais.
Termiteira no caminho para o "campement"

O "campement" Wassadou fica situado numa colina entre um ribeiro e o rio Gâmbia, rodeado de "floresta de galeria". Por toda a parte ouvem-se sons de pássaros e macacos.
As instalações confortáveis, limpas e de boa qualidade.
Em vários sitios existem avisos a desaconcelhar os hóspedes a sairem dos quartos durante a noite porque o "campement" é por vezes visitado à noite pelos hipopótamos e a informar que se deve sempre sair acompanhado por um guia por causa dos animais selvagens... podiam ter avisado antes de eu ter caminhado 4 km até aqui.
Fui dar uma volta a pé, pela beira do rio, mas sem me afastar muito do hostel. Estava a uns 500 metros quando ouvi sons de animais a aproximarem-se de mim. Eram babuínos, gritavam e um deles estava a perseguir o outro. Pararam a lutar com os seus grandes caninos, no meio do caminho mesmo ao meu lado. Mais babuínos correram para ver a luta. Eu afastei-me rapidamente e depois de longe a uma distância segura parei para tirar algumas fotografias.

Deixei os babuínos para trás e continuei um pouco mais, existiam muitos pássaros coloridos Merops bulocki "Guêpier à gorge rouge" em francês. Ao fim de alguns minutos resolvi voltar para trás, não me queria afastar muito.
Em breve cheguei ao local onde estavam os babuínos, entretanto todo o bando, cerca de 30 animais se tinha juntado ali. Estavam no caminho que levava ao campement.

Não existia outro caminho por isso esperei que se afastassem. Não os queria perturbar, mas ao fim de alguns minutos fartei-me de esperar e decidi ir na mesma, julguei que se afastariam ao ver-me aproximar, mas ignoraram-me completamente. Tinha que atravessar mesmo pelo meio do grupo, mas como me estavam a ignorar, não devia existir problema, no entanto quando tentei atravessar os babuínos mais pequenos afastaram-se e os maiores colocaram-se à minha frente assumindo uma postura mais "agressiva". Resolvi voltar para trás... a última coisa que queria era ser atacado por um babuíno, já tinha visto a sua força e os seus grandes dentes na luta a que tinha assistido.
Voltei para trás e esperei mais uns dez minutos, os babuínos continuavam no caminho e eu não podia esperar mais, estava farto e não faltava muito para ser de noite, e aí seria realmente perigoso, podiam aparecer outros animais. Procurei e encontrei um pau grande e vim com ele na mão em direcção aos babuínos. Quando me viram de pau na mão desataram a fugir. Pouco tempo depois cruzei-me com um habitante local e perguntei-lhe se os babuínos eram perigosos. Respondeu-me que geralmente não, que se não se afastarem basta ameaçá-los com um pau...
Á noite tive um jantar agradável com um grupo de espanhóis (e espanholas) que estavam a viajar com uma agência de viagens de aventura e que partiam no dia seguinte. Esperamos pelos hipopótamos, mas eles resolveram não aparecer naquela noite.

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